5.9.11

A Fábula

Existe um Gato, um Gato preto, frágil e indefeso, perdido na loucura das ruas húmidas. Esse Gato, descobriu o Lobo. Como era belo e feroz aquele Lobo. O pequeno felino, entre lutas e tréguas, viu o seu coração ser "roubado" por aquela criatura, com tanto de poderosa como carinhosa. O Lobo indeciso, nutria um vasto carinho pelo gato, mas via-se preso aquele cão vadio, sem escrúpulos. E então, o pobre Gato, que chorava antes de dormir, sentia o seu coração partido dentro do peito.
Estava então este Gato, sentado a beira do abismo, quando uma Andorinha lhe deu a mão, mas não era uma Andorinha qualquer. Esta era dourada, de olhos azuis como os mais vais vastos céus onde voava. A Andorinha, pegando na mão do Gato, tentou ensina-lo a voar, mas, como este não tinha asas... Falhou. Falhou outra vez. Mas a Andorinha não desistiu dele e desta vez, foi ela que viu o seu coração ganhar um dono. Mas, o pequeno Gato, não sabia amar a Andorinha. Não sabia e não conseguia, pois o Lobo ainda uivava no seu peito. Sendo assim, a Andorinha, mesmo sem cruzar os braços, deu espaço ao pequeno Gato.
Ele, sem o seu Lobo e de coração quebrado, entregou-se ao mundo "mau", um mundo que ele sabia não querer, mas do qual não conseguia fugir. Nesse mundo, apareceu uma Raposa, tão e tão matreira, que persuadiu o pequeno Gato.

 Coitado, preso nas tramas da Raposa. Incapaz de amar a Andorinha. Perdido pelo Lobo. E repleto de ódio pelo cão. Depois de noites e noites e noites chorosas, o Gato lembrou-se das lições da Andorinha, e mesmo sabendo que era incapaz de voar, abriu a janela e tentou mais uma vez...

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